Indicador refletido, sobretudo, mudanças na rotina escolar, por conta da suspensão das atividades presenciais
No Conselho Tutelar de Marau, o número de atendimentos registrados em 2020 teve queda expressiva se comparado aos índices do ano anterior. Segundo Rocheli Beatriz Zanin, atual coordenadora do órgão, a suspensão das atividades presenciais nas escolas é um dos fatores que pode ter influenciado na diminuição dos chamados. “Por conta da ausência de alunos nas salas de aulas, não recebemos, por exemplo, a FICAI, ou seja, a Ficha de Comunicação do Aluno Infrequente. O documento é importante para os encaminhamentos junto à rede de assistência social, saúde e educação ”, diz a conselheira. Ouça a íntegra da entrevista no player de áudio.
Se comparados os números de 2019 e 2020, foram 500 casos a menos atendidos no ano passado.
O indicador também é motivado pelo aumento da procura pelos serviços policiais, na Delegacia. “Nesse caso em função da violência, inclusive a violência sexual. Acolhemos os casos, já que esse tipo de violência geralmente acontece dentro de casa ou com pessoa muito próxima da criança ou adolescente, e orientamos a procurar diretamente uma delegacia para que não se perca tempo e a investigação ocorra com mais rapidez ”, explicando a coordenadora que ressalta, ainda, importante parceria com uma Secretaria de Saúde, agora responsável pelo transporte das vítimas até o local onde é realizado o trabalho pericial. “Temos inclusive uma psicóloga que nos auxilia neste momento”, destaca Rocheli.
Por conta da pandemia, ainda resfria incertezas quanto às atividades do Conselho Tutelar para o ano de 2021. Para o mês de fevereiro, porém, o recurso estará integrado às ações de prevenção à gravidez na adolescência. “Faremos as devidas divulgações para auxiliar na prevenção, através de campanhas e, claro, com auxílio dos meios de comunicação”, friza Rocheli.
Por força de lei, a função de presidente foi extinta no Conselho Tutelar. Da mesma forma, também o cargo de vice-presidente não está mais em vigência. A coordenação do órgão, que tem duração de um ano, é escolhida pela eleição interna, com participação dos cinco membros conselheiros.